terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
Dos discursos perdidos pelo tempo - Expressar ou me calar?
Eis que me vejo
Torto de desejo
Enfrentando temporais
Corais que abarrotam o meu mar
Das palavras salgadas
Que adoçam suspiros
E novamente me calo;
Na ênfase da paixão
Vivo doloroso dilema filosófico
Comungo da expansão de um deserto
Na totalidade dos teus grãos de areia
Quando percebo a formação das sinapses
Através de impulsos elétricos
Que fazem também funcionar meu coração
E dai? Até onde isso é poesia? E cadê a filosofia?
Está inserida em cada milésimo de segundo
Que palpito as pálpebras dos meus olhos
Em direção aos doces lábios dela
Não sei se devo: Expressar-me como louco esquizoafetivo
Ou se deve ajoelhar-me como bom cavalheiro oferecendo-lhe rosas (?)
Ao compasso da existência: Todo amor é loucura.
O meu medo de perder os passos daquele riso doce é aparente
Por vezes, me pego segurando-a pela mão
Como se estivesse segurando o único alimento existente em um mundo devastado
Ou melhor seria fazer tal analogia: Como se respirasse o único e último perfume da mais bela rosa.
Talvez, a crônica se elevaria, se ao fazer esta leitura sua compreensão abraçasse o meu mundo (!)
Mundo este que transita pelo cabelos, pele, sombrancelhas, nariz, boca, olhos, queixo, unhas, pêlos.
E toda outras partes não descritas pela ética romântica que a supõe.
Sinto-me energizado.
Algumas vezes recatado ao me catar em pedaços
Outrora não sei se devo dizer a ela tudo aquilo que sinto (Por vezes isso causaria-lhe tremenda confusão)
E colocaria em risco, toda face de um amor construído com esmero e bondade.
Faço de tudo, canto e fico mudo, vejo e fico cego.
Tamanha exaltação do meu coração é saber da tua existência.
Mas, pondero-me novamente, e penso: Será que tudo isso é real?
Os meus sentidos acusam minha razão.
A minha razão ocupa-se de detalhar e esmiuçar os discursos perdidos pelo tempo.
Quanto tempo eu não deveria te-los feito?
Ou talvez estragaria tudo por querer dizer demais e...
A morte seria consolo profundo!
A poesia já não me serve de uma estética glamurosa.
Serve-me com a sede e a fome de poder digerir o vento das palavras
Não me calo e não falo
Exclamo, impero, altero meu ego, meu id, meu super ego, meu fim é ser um prego.
Apregoado nos mais sútis detalhes da existência
De uma moça que me faz parecer menino.
Perdendo toda maturidade
Deixei de tentar construir a cidade da idade
Quando o templo interior deveria estar lotado de lôtus.
Quantos galhos quebrei das árvores culpando-as pelo meu desespero.
Por fim, questionei a existência suprema do amor sob a face da sofrência.
E vi as lágrimas do medo correrem feito bolas de gude no rosto da desesperança.
Algemei os meus dedos nos alambrados da fissura e há tanta fissura em meus ossos que deito-me como velho.
Dor e dor...
Se escrever é um alento, calar-me seria ser desatento, com as esferas proferidas por um coração cansado.
Cansado de argumentar a sí mesmo se a filosofia ainda é a mãe das idéias nobres.
Se o amor realmente não é um conto de fadas
Num mundo desordeiro e cheio de fraldas descartáveis
Onde o primeiro cocô e xixi são os mais graciosos presentes dado por uma vida que é nutrida através de um organismo que funciona sem esmolar-se de ninguém saúde.
É doloroso perceber todos os processos envolvidos na existência, e, saber deles as suas respectivas significâncias, quando o vendavel simplesmente os destroça por capricho da natureza.
Sou fã dos melindres e dos cilindros que se formam em meus tentáculos que tentam sem sucesso alcançar as respostas no fundo de um oceano místico e selvagem.
A adoração não é simplesmente um rito.
Adoro me adorar quando me sinto assim: Como um Deus que busca em teus filhos o prover (!)
Como o sertão que busca na chuva o chover (!)
Como as mães que buscam nos trilhos um caminhos a percorrer ...
Sem marcar-lhes o espírito com as ferraduras do tempo.
Tempo esse que é cretino
Não o julgo pela sua justiça afinal é a única que não falha!
Sinceramente
Não sei mais responder aos discursos perdidos pelo tempo
Que talvez Zaratustra em algum vale perdido possa-o fazer
Ou quem sabe, um velho índio xamã em sua congregação com peyote na mais alta montanha do Novo México.
O que importa pra mim
É que a expressão é uma maneira de se calar
E se calar é uma maneira de se expressar
Sem dúvidas
A melhor saída
É não exitar
E ficar no muro da ideação obscura
Onde você pode sentar no labirinto do teu pensamento
E conversar sozinho
Para sempre.
sábado, 25 de fevereiro de 2012
Brotar em teu peito ou nascer num coração amaldiçoado?
Ora que me vejo
Percevejo
Das flores do teu quintal
Nascendo em teu peito
Tal feito, mal sinal.
Acordo com sol poente
Carente, escorrego entre teus entes
Me escondo nos seus dentes
E até na mente (?) se ela existir
Faço coexistir amor
Atormentado pela cor da flor
Vou me fantasiar
No carnaval da tua indiferença
E me vestir de crença
Onça pintada de desejo
Roubei-lhe o ar
A vontade de chorar
E você não me soube amar
Ao meu patamar
Patamares
Invadi a tenda dos milagres
Subterrâneos
Instantâneos
Cutâneos
Coração amaldiçoado
Velas, cachimbo, um pequeno trago
Duas doses de carinho
Ser assim, um vento sozinho, cochilando no mato
Reencarnado em cada ato
Desnudado
Pau mandado
Perfume meu que fica no cajado
Da tua ignorância
Abundância
Só se for de insensatez
Não me quis mais uma vez
E no teu seio me assentei
E me calei
Esperando tranquilamente
A intranquilidade
E ao passo do assobio
O sabiá me contava
E retratava
Que não se tratava de paixão fulgurante
E sim dum amante
Que outrora abrira as portas cegas do meu espírito
E naquilo, vi meu peso arroubar alguns quilos
No fim do mês
Trata-se da embriagues
De um coração amaldiçoado
Que no primeiro encontro
Fez um conto
Escrito por lágrimas vazias
Em noite de luar
Onde a viola me dizia
Porque é que devo amar (.)
Percevejo
Das flores do teu quintal
Nascendo em teu peito
Tal feito, mal sinal.
Acordo com sol poente
Carente, escorrego entre teus entes
Me escondo nos seus dentes
E até na mente (?) se ela existir
Faço coexistir amor
Atormentado pela cor da flor
Vou me fantasiar
No carnaval da tua indiferença
E me vestir de crença
Onça pintada de desejo
Roubei-lhe o ar
A vontade de chorar
E você não me soube amar
Ao meu patamar
Patamares
Invadi a tenda dos milagres
Subterrâneos
Instantâneos
Cutâneos
Coração amaldiçoado
Velas, cachimbo, um pequeno trago
Duas doses de carinho
Ser assim, um vento sozinho, cochilando no mato
Reencarnado em cada ato
Desnudado
Pau mandado
Perfume meu que fica no cajado
Da tua ignorância
Abundância
Só se for de insensatez
Não me quis mais uma vez
E no teu seio me assentei
E me calei
Esperando tranquilamente
A intranquilidade
E ao passo do assobio
O sabiá me contava
E retratava
Que não se tratava de paixão fulgurante
E sim dum amante
Que outrora abrira as portas cegas do meu espírito
E naquilo, vi meu peso arroubar alguns quilos
No fim do mês
Trata-se da embriagues
De um coração amaldiçoado
Que no primeiro encontro
Fez um conto
Escrito por lágrimas vazias
Em noite de luar
Onde a viola me dizia
Porque é que devo amar (.)
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